Precisamos Falar Sobre o Kevin (2011)

Título original: We Need To Talk About Kevin
Elenco: Tilda Swinton, John C. Reilly, Ezra Miller, Jasper Newell, Rock Duer, Ashley Gerasimovich, Ursula Parker, entre outros.
Duração: 110 minutos
Avaliação: ☻☻☺☺☺
Sinopse: Eva (Tilda Swinton) é mãe de Kevin (Ezra Miller), adolescente que cometeu assassinato em massa em sua escola. Sem conseguir entender as ações do filho, ela tenta lidar com sua dor e o sentimento de culpa, por se sentir responsável pelo fato.
Sempre achei muito difícil falar sobre algo que tenha me agradado, pois me conquista de todas as formas e me deixa sem palavras para descrever. Porém, esse filme me fez perceber o quanto pode ser bem complicado falar de algo da qual não gostei e não me conquistou em nada.

Eu li muitas resenhas tanto do livro quanto do filme e todas que vi, sem exceção, de alguma maneira, destacava positivamente esta obra. Mas o mesmo não acontecerá comigo. Pelo menos, em relação ao filme. Tenho certeza que o livro deve ser beeem melhor, pois o que mais me incomodou não foi algo ruim na história, mas sim na construção das cenas, ou seja, minha crítica aqui não será para Lionel Shriver, mas para Lynne Ramsay, diretora e roteirista do filme.

Li uma crítica no Jornal do Brasil, de autoria de Filipe Quintans, que Lynne Ramsay “contrariou até as expectativas da própria escritora Lionel Shriver e adaptou um livro ‘inadaptável’”. Bom, depois de assistir o filme, imagino que seja um livro “inadaptável” mesmo. Mas pretendo lê-lo para tirar algumas dúvidas que ficaram me martelando.

O filme já começa com Eva (Tilda Swinton) sozinha, limpando sua casa e carro que estão sujos de tinta vermelha, e de acordo com o que mostra de seu dia a dia, parece ser crucificada por todos os vizinhos por motivos que ainda desconhecemos. Então, é aí que começam flashbacks dos acontecimentos de sua vida alternados entre o passado e o presente.


Conhecemos Franklin (John C. Reilly), Kevin(Rock Duer/Jasper Newell/Ezra Miller) e Celia (Ashley Gerasimovich)  – marido e filhos de Eva, respectivamente. Ao contrário da esposa, Franklin tinha um desejo enorme de ser pai. Desde que Kevin nasceu, a relação dele com a mãe sempre foi muito complicada. Eva o levava na rua e ele não parava de chorar um segundo, mas era só ir para os braços do pai que não se ouvia um ruído. Conforme ele foi crescendo isso ficou cada vez mais evidente. Franklin passava a mão na cabeça de Kevin em tudo o que ele fazia e sempre tentava justificar seu comportamento... bem, completamente psicopata. Eva, coitada, sempre acabava sendo a vilã da história.

Vamos sendo apresentados aos acontecimentos dessa família até que chegamos à situação atual de Eva, depois de tudo o que aconteceu em sua vida. Kevin comete um crime, quase um massacre, em sua escola. Depois disso, voltamos para o presente de Eva e podemos entender um pouco o que ocorre com ela. Todas as pessoas a olham de maneira desagradável e parecem que, de alguma maneira, a acusam das atitudes de seu filho. Será que Eva possui alguma parcela de culpa no comportamento de seu filho? Ou será que, neste caso, o culpado poderia ser o pai? Aquele que está o tempo todo defendendo o filho, sempre lhe dando razão, justificando seus atos? E para completar, aquele que lhe deu a arma do crime e lhe ensinou a usá-la. O que eu, particularmente, percebi foi uma mãe que não queria ser mãe, mas teve que aprender e estava sempre se esforçando para isso. Sempre tentando cativar seu filho, tentando aproximar-se dele de alguma forma, mas o menino, para mim, era o capeta em forma humana. Aliás, em forma de gente, pois me recuso a classificar aquele indivíduo como um ser humano. Na minha mais que humilde opinião, não penso que nenhum dos dois seja o culpado, pois, para mim, Kevin é doente e totalmente fora do normal desde o início. Não gostava da mãe nem da irmã e acredito que nem do pai. Acho que, na verdade, Franklin foi apenas conveniente para o Kevin em determinado tempo. Quando ele conseguiu o que queria e aprendeu o que lhe era necessário aprender, Franklin deixou de ter importância na vida do filho.


Lendo assim, a história parece ser mais que instigante e interessante, né? Concordo, e por isso disse que pretendo ler o livro para tirar minhas verdadeiras conclusões sobre essa obra. Como expliquei anteriormente, não estou criticando autora do livro e sim a diretora do filme. Não gostei da maneira como arranjaram e organizaram as cenas. O filme é praticamente desenrolado em flashbacks e isso me desagradou muito, pois fiquei confusa em muitos momentos. Outra coisa que não gostei foi a falta de detalhes nos acontecimentos. Celia, irmã de Kevin, sofre um acidente em casa. Por percebermos o comportamento mais que sombrio do Kevin, desconfiamos de que ele tenha sido o culpado por isso, mas em momento nenhum nos é mostrado o que aconteceu realmente e como aconteceu. Até a Eva, conhecendo o filho, o acusa para seu marido, mas ele como sempre, o defende. Quando Kevin vai à escola no dia do crime, também não vemos nenhuma cena de como tudo ocorreu lá dentro. A presença de cenas que poderiam ser perfeitamente substituídas por essas fez com que eu me irritasse bastante assistindo. Com isso, achei um filme longo e, ao mesmo tempo, corrido. Nada é mostrado, tudo é subentendido. Quando algo estimulante finalmente acontecia... puft! Ficava apenas com as cenas em minha imaginação.

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6 comentários

  1. Oi Carol, pena que tu não gostou, eu tenho interesse em assistir esse filme, mas quero ler o livro primeiro para tirar minhas conclusões.
    Parabéns pela crítica, ficou muito boa!!!

    beijos
    Lara - Magia Literária

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  2. falou exatamente oq eu pensei qnd assisti esse filme hahaha
    otima critica!
    unica coisa q coisa q gostei sobre esse filme foi sua critica :P

    bjss mil

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  3. Oi Carol,
    Depois de ler sua critica perdi totalmente a vontade de ver o filme e ler o livro. Só de ver a cara dos personagens já me desanimou.
    Bjos!
    Katielle
    www.leituramaravilhosa.blogspot.com.br

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  4. vi uma resenha desse filme a bastante tempo e desde etão morro de vontade de assistir :s vou deixar seu post aqui nos favoritos pra lembrar de baixar :3

    http://himi-tsu.blogspot.com.br/

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  5. Eu quero ver o filme, mas como quero ler o livro antes, tenho adiado o filme.

    Vamos ver se eu vou gostar.

    Beijos,

    Carissa
    http://artearoundtheworld.blogspot.com

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  6. Oi Carol!
    Agora fiquei ainda mais curiosa para ler o livro logo e conferir se essa adaptação realmente pecou tanto assim *.* Tenho altas expectativas em relação ao livro, altas mesmo, acho que muito provavelmente a adaptação não deve ter sido à altura da obra, e como a própria crítica no Jornal do Brasil apontou, as vezes alguns livros realmente são inadaptáveis. Fiquei surpresa, confesso. Admito que pelo menos em relação ao livro, de tanto ouvir falar já o tenho em alta conta, mas achava que o filme também era bom, e agora não estou tão certa disso. Só fico feliz por não ter visto o filme antes, geralmente perco a vontade quando isso acontece, e esse é um livro que certamente faço questão de ler. Gostei de conhecer a sua opinião! ^^
    Beijos!

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